domingo, 27 de novembro de 2011

Jasper, Rocky Mountain e Vancouver!!!

Fala galera, hoje em plena madrugada de domingo começa a minha ultima semana em Toronto. Claro estou  confuso, um mix de sentimentos se misturam no meu peito e a minha vontade é de gritar, gritar simplesmente para extravasar. 

Acabei de chegar do aeroporto, onde fui levar um dos meus melhores amigos que aqui fiz, o Talles. Esse cara é um nordestino arretado do Recife, carinhosamente apelidado por Arua (o motivo do apelido depois o Talles conta), vai fazer muita falta em minha vida. Mas analisando friamente penso que isso é um bom sinal, é um sinal de que consegui fazer amizades verdadeiras por aqui, e não tenho duvida que ainda vou cruzar com este parceiro ai pelo mundo!! Um grande abraço Talles, e valeu por tudo!!!

Mas voltando ao tema principal deste tema, quero falar um pouco sobre as maravilhosas Jasper e Vancouver. Passei por Jasper na parte final da minha viagem de trem, que terminou em Vancouver onde fiquei por 3 dias. Ambas foram experiências realmente maravilhosas, que me surpreenderam bastante.

Para quem não conhece, Jasper é uma cidadezinha situada a 320 Km ao oeste de Edmonton e tem uma população permanente de cerca de 5.000 moradores. Explico o por que usei o termo "permanente", a cidade é situada no meio das rochosas norte americanas e tem diversos hotéis e estações de esqui, o que gera uma população nômade muitas vezes maior que a permanente.

Depois de viajar quase 3.800 Km estava chegando a parte da viagem mais esperada por mim, a passagem pelas montanhas. Parece que alguém reservou uma surpresa toda especial, a aproximação a cadeia de montanha foi feito no final da tarde, o que me fez ver um lindo por do sol em uma das regiões mais belas de minha vida. A iluminação neste trecho da viagem prejudicou um pouco as fotos, o que me fez logo guardar a maquina é simplesmente curtir aquele momento, o qual esperava desde a minha partida de Toronto.

A experiência foi única, e me arrepio de lembrar, consigo fechar os olhos e ficar lembrando daquelas montanhas maravilhosas em que cruzei naquele dia. Difícil traduzir para palavras o que senti naquele momento, é algo que tem que ser vivido e não contado. Posso enumerar elogios mas simplesmente não conseguirei descrever aquele momento. Foi algo que jamais sentira em minha vida, e algo que talvez jamais voltarei a sentir. Mas tenho a certeza vai ser só fechar os olhos que elas estarão ali em minha frente, cheias de neve, maravilhosas e única é exclusivamente para mim.



A noite chegou é com ela a cidade de Jasper, tempo para uma parada de cerca de 30 minutos, que na verdade era o máximo que eu conseguiria resistir em uma temperatura de -15º, um vento que trincava os ossos e muita neve pelo chão. Logo que embarcamos foi dada a chamada para ultimo jantar e bordo do The Canadian, a tristeza já me corroía a vontade era que a viagem tivesse mais alguns dias ou ate mesmo semanas.


A ultima noite, passou rápido, e logo as 6:00 da manha eu já estava olhando pela janela, queria que o sol desse as suas caras logo, precisava ver um pouco mais daquela paisagem. Fiquei ali imóvel esperando, ele saiu, tentei absorver ao máximo aquele tempo pois sabia que seriam os meus últimos momentos a bordo daquele trem, onde tive sem duvida uma das maiores experiências de minha vida. Logo um funcionário da Via Rail anunciava a nossa chegada a Vancouver, uma lagrima escorreu pelo meu rosto, não consegui entender bem o motivo, mas acho que foi simplesmente o fato de ter cruzado o paraíso, foi uma gota de agradecimento por tudo aquilo de maravilhoso que passei nos 4 dias a bordo daquele trem.

A chegada a Vancouver me trouxe de volta para a realidade, predios, pessoas andando apressadas, carros, trafego e eu ali ainda atordoado e um tanto quanto triste de ter desembarcado. Procurei o meu hostel, entrei no meu quarto tomei um banho demorado e simplesmente desmoronei na cama, não queria papo com ninguém, queria simplesmente descansar e ficar quieto. 

O amanhecer do meu segundo dia em Vancouver veio com novos ânimos, de sair e desbravar, andar é absorver tudo que aquela cidade tinha a me oferecer. Depois de acordar cedo e tomar um cafe reforçado rumei para minha primeira parada, uma praia localizada perto ao hotel. Uma boa caminhada pela orla, um punhado de fotos e rumei para o Stanley Park.





Antes de continuar contando a jornada do dia, faço uma pausa para falar de Vancouver. Com cerca de 600 mil habitantes Vancouver é a maior cidade da costa oeste do Canada. Como é banhada pelo pacifico tem clima bem mais ameno que Toronto, com medias acima de zero no inverno. Mas como tudo não são um mar de rosas, o que não existe de neve por lá vem em forma de chuva. Não estou falando de chuvas esporádicas, ou uma semana chovendo, estou falando de toda uma estação chovendo, todos os dias muitas vezes sem parar nem um minuto sequer.

O Stanley Park é um parque localizado na parte norte da cidade, com muito verde e vários lagos. Sem a menor sombra de duvida um passeia que vale a pena. Bem no meio do parque fica localizado o Vancouver Aquarium, um aquário com golfinhos, baleias e exemplares de peixes de todo o mundo. O aquário tem um exposição especial gigante só com peixes da Amazonia, algo bastante interessante para mim, que mesmo sendo brasileiro não tenho muito contato com este mundo.





    

O meu terceiro dia ficou reservado para simplesmente andar pelas ruas do centro da cidade. Passear pela parte antiga e visitar as milhares lojas de lembranças que existem por Gastown onde fica localizado o primeiro relógio da cidade movido a vapor, que ainda nos dias de hoje apita a cada 15 minutos, um prato cheio para os turistas. Nas lojas de lembranças uma diversidade de presentes referentes aos Inoue, nativos Canadenses, artesanatos realmente bonitos.






O meu terceiro dia começou cedo e fui direto para o aeroporto, meu vôo partia as 7:00 da manha, o que me fez pular da cama as 5:00 e por incrível que parece com uma felicidade de estar voltando para a minha Toronto, felicidade de ter feio uma viagem inesquecível. A mochila que saíra de Toronto pesando bastante já não pesava tanto, nas costas não havia peso algum, a minha jornada ao oeste estava terminando. Na mente guardei recordações maravilhosas, o coração completamente tomado pela Rocky Mountain e a esperança de quem sabe um dia voltar pelas por aquelas bandas.

Um forte Abraço!!
João Luiz

Um comentário:

  1. Velho muito bakana as fotos, mas o texto merece um comentário a parte, pra quem te conhece de fato não se surpreende com tamanha emoção e riqueza de sentimentos que suas palavras carregam, não estive nas montanhas nevadas com você, mas com certeza pela narrativa consegui absorver o quão foi importante pra você essa viagem...tamo junto brother, bem vindo de volta...

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